TANTO

Data 09/11/2015 02:55:09 | Tópico: Sonetos

TANTO

A menos que se encontre um outro meio,
Passarei toda a vida sem que a veja...
Tão longe estou de quanto o olhar almeja;
Tanto, que sequer sei d'algum anseio.

Sinto esse amor pulsar sob o seu seio,
Atraindo-me a si onde quer que esteja.
Tal o ardor com que o olhar ora a deseja;
Tanto, que sequer sei d'outro receio.

Tanto quanto viver sem nunca a ver...
Onde estará aquela que o olhar busco?
Passo toda uma vida sem saber.

Ou a ver quais vultos vãos ao lusco-fusco,
Que imagino a encontrar de modo brusco...
Tanto, que sequer sei já de viver.

Belo Horizonte – 21 02 2001


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