PRESSÁGIOS

Data 09/11/2015 15:18:04 | Tópico: Sonetos

PRESSÁGIOS

De nada valerá vigiar o abismo...
Na noite escura caio embora sábio!
Logo uma fria virgem me abre o lábio
Como se a morte um súbito egoísmo.

Apenas sei do horror do cataclismo,
Turvando-me o sentido ainda inábil.
E houvesse de antiquíssimo alfarrábio
O oráculo sinistro que ora cismo.

Nada me evitaria o azar previsto,
Ainda que soubesse a sua origem
Ou em mero cogitar saber que existo.

Mas... Essas soledades tanto afligem!
Visto que a amplidão que enfim conquisto,
É sempre estar a um passo da vertigem...

Caeté – 15 07 2000


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=301700