Quando a calha

Data 13/11/2015 18:55:00 | Tópico: Poemas

Quando a calha de piúva entope,
isso me deixa tão xarope,
já antevendo água na cumeeira,
fico pensando só besteira;

E num esforço quase bélico
da engenharia hidráulica hodierna,
ainda meio assim que famélico,
verifiquei no teto da caverna
sinais de infiltração aquosa
já emanando fase gasosa.

Quando a calha atrapalha,
quando a calha só me falha
por que a água não escoalha.
precisando de uma toalha
ou ate mesmo uma mortalha
amarrada com cordoalha
pra formar assim uma malha
senão toda água se espalha
vem do alto da cimalha,
já vencendo a batalha.

Não havia muito a ser feito,
urgia para corrigir o defeito,
efetuar o nivelamento da calha
- ou coisa assim que valha -
a corrigir o rumo da chuva,
represada pelas folhas da piúva
que se para enfeitar de roxo servia
para entupir tudo tinha mais valia.

Ultimados os reparos na laje
frutos da inundação na garage,
sopesei consternado o prejuízo
suspirando, sofrendo num paraiso.

Quando a calha faz bandalha
me apaga a fornalha
nem sequer deixa migalha
Jurema me chama de canalha,
diz que é coisa de gentalha,
diz que quero uma medalha
ou qualquer coisa que valha
mas para mim só vem migalha.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=301884