A ROGO

Data 18/11/2015 16:39:09 | Tópico: Sonetos

A ROGO  
  
Probo, escreve junto ao que hei escrito  
Àqueles que me pedem testemunho,  
Firma ao papel as marcas vãs que cunho, 
Pretendendo, por fim, algo haver dito.
  
Para os devidos fins, meus erros quito  
E pesares dos quais mais me acabrunho...  
Declara-me, porém, de próprio punho  
Todo esse espólio inédito e inaudito.  
  
Cuida que deixo a ti o ônus da prova  
De que o havido nas rimas tem valor. 
Em meu nome e por mim, mas com luz nova.  
  
Bem haja essa fidúcia ora em favor  
D'alguns ouros de tolo que se trova:
Sê da obra d’oravante bom tutor.  
  
Belo Horizonte – 23 06 2004 


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=302027