Oposição, mãe das desavenças

Data 18/11/2015 08:20:09 | Tópico: Poemas


O tempo vem, o tempo vai, e tu ficas
Amarrado à sucessão dos tempos no tempo,
Criando discórdia entre o sol e a lua,
Que não se encontram, senão
No milenar dia de abraços eclipsados.

Na consciência humana
Semeaste a dissonância,
Adjetivada e configurada
Pela lei dos contrários do teu reino;
Ao bonito amarraste o feio,
Ao bondoso juntaste o malvado.

Ó velha oposição,
Para quê tanta contrariedade?
As desavenças por ti geradas,
Blasfemam os humanos:
O desamor se opõe ao amor
A morte contradiz a vida
O mal assombra o bem necessário,
Que tu concebeste e oposto lhe amarraste.

As desavenças dizimam a humanidade,
E tu no velho e novo tempo do teu reino,
Assinaste o memorial
À eternidade da lei dos contrários.

Adelino Gomes-nhaca



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