Soneto do limiar de uma insanidade anunciada

Data 22/11/2015 14:47:14 | Tópico: Sonetos



Respiração arfante, entranhas subindo-me à boca,
reflexões salpicam e sopram angústias como tocha,
o mundo inteiro passa-me aos olhos; imagem louca;
sobrepõem-se átimos de psicoses à higidez frouxa.

Ó insensatez! Desde então os signos da demência,
meu espírito queimam, sequer sem restar vestígios,
o desígnio de viver não acorda, abre débil anuência,
permite o frenesi dos desvarios coroar em fastígios.

O átrio de templo obscuro que ora é a elucubração,
lâmpada nenhuma ilumina qual à tenebrosos becos,
mas, não se assombrem se trago os olhos secos.

Só não achem que não hei de saber com leda razão,
conciliar momentos da mente sucumbida aos delírios.
Creiam ! Ainda me assiste lucidez meio aos martírios!



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