Chuva

Data 21/02/2008 18:04:54 | Tópico: Poemas



Desperto do sono
a chuva cai abundante
como se nunca tivesse caído
desfraldando os becos
levantando os gatos
do sol que ainda há pouco
brincava.
A água turva-me a janela
onde o olhar
poisava
rouba-me o sorriso
do teu meneio
de ancas jovens, fortes
com que me embalava.
Cheira-me a terra adormecida
que se solta
e me abre as narinas
no respirar dos dias antigos,
onde nos deixávamos
possuir e gozávamos
encharcados, como nas histórias,
debruçados
no prazer de estarmos juntos,
possuindo
nosso amor
sem que as nuvens nos olhassem.
- Desperto da chuva
caindo no sono
como se nunca dormisse,
apenas sonhasse
e a chuva
caísse – abundante
e te deixasse
colada a mim.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=30228