ღPODRIDÃO IMPOSTA *

Data 28/11/2015 11:40:21 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Chovia com força vidros vermelhos de sangue
Partiam todos os cristais soltos da velha janela
Tentava caminhar sem ser cortado no vermelho
Sangue de tinta entre as escritas letras pretas

Prosa sem medo sem o dever de suportar a dor
O cervo tremia do caçador, predador ansioso da mente
Caçador de sonhos, perdido na vastidão das almas
De mãos sujas de barro lenços de asas que fazem voar

No novo cinismo rompendo o ócio
Na partida já pronta, desmorona no queixo caído
Na barba desfeita do despeito entre o seio da incredulidade
Desespero da fome à noite, lágrimas soltas de sangue

No sacrifício dos versos obscuros, sangue no chão, onde o mal
Germina envenena e contamina, infiltraram-se assim escravizando
As palavras, as letras no vento gelado de intenções maldosas
Choviam punhais que nos feriam rasgando a carne

De poemas já livres, da maldade, da podridão
Que era imposta nos nossos dias.




“Coragem é ter medo
Sem fugir das dificuldades
Do próprio medo”
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca



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