NOTIFICADO DA VIDA.

Data 29/11/2015 20:23:26 | Tópico: Prosas Poéticas

Notificado da vida começou minha agonia,
Eu pouco compreendia deste mundo desordenado,
Por sorte fui bem cuidado, pelo ser que me pariu,
Mas a vida foi passando e eu fui me deparando,
Com tantas necessidades, que depois de tanto esforço,
O meu vigor acabou-se e entrei na tal terceira idade,
Sem eu pedir tu me destes o que tinhas de melhor,
Não escondeste o teu ouro, nem me ofertastes com dó,
Por ti me apaixonei e o que havia em mim te dei,
Mas me sinto um devedor, me resgatastes do abismo,
Não sei professar o cinismo, pra mim o amor é idôneo,
Me desapego dos sonhos, em ti eu encontro tudo,
Enquanto faço poesia meu vizinho joga truco,
Eu penso na cena bela, ele grita "Ó filho da puta"
Mas não perco o raciocínio, e descrevo o ventre dela,
Novamente aqui ao lado ouço mais um grito desastrado
Dizendo "vai te fuder", então eu junto aos pedaços
E brevemente eu concluo,
Que o sacro e imoral na essência se misturam,
Alem do horizonte azul que se deita sobre as matas,
Das cachoeiras e cascatas, existem minhas perguntas,
Quase sempre sem respostas, parece que o mundo gosta,
De me ver sempre perdido, mesmo assim vou insistindo,
E continuo existindo, até o presente momento,
Do futuro não sei nada, apenas pavimento estrada,
Para o meu passo seguinte desta incerta caminhada,
A vida é um intervalo cheio de compartimentos
Onde ficam os sofrimentos também os gozos desejados
Mas a famosa ilusão se apossa do coração,
E faz o ser dominado depois se nada dar certo
Ela se faz de experta e trás átona o passado,
Para desviar o pranto que desfaz o suposto santo,
De uma crença sem vigor
Pois o jardim não brotou flores e agente se sente tonto.


Enviado por Miguel Jacó em 29/11/2015
Código do texto: T5464792
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=302585