
Os quatro lados da tigela
Data 06/12/2015 01:32:18 | Tópico: Poemas
| Na diagonal, vi quando o leal colibri escovava o gramado celestial, do topo da geladeira duplex esquecido como pinguim coxo, débil mental, sem bico e depenado. Repousando casual, mirando a varanda de pedra cantava enlevado em tom fraternal loas do amor desigual não resolvido ao esqueleto do armário verde retorcido.
Lá fora havia o dia bestial, manhã dormente de chuva fria tremulando a fé nas bandeiras gentil com as senhoras nas cadeiras. Mas nada resistiu ao ataque da fé, quando o pano azul cordial cobriu o tabuleiro e a noite fez-se gentil em sombras anis condoendo-se do dia cansado de lutas.
Como tantos outros também tive forças orgulhoso do excesso de dias os raios da esperança enfraquecidos passados embaixo das assas das moscas paladinos perdendo vestes doiradas surgindo indecentes com roupas rasgadas sorvendo drinques de taças cor de rosa deixando transparecer a borda marrom dos debruns de desfaçatez obscena.
Como tantos outros tive lembranças amargas vendo triste que foi mesmo impossível fazer com que o sonho bebesse ansioso sobre cinzas das promessas carbonizadas reconhecendo a vitoria da imoralidade sob o influxo das curvas de níveis esquecendo o áspero sabor do vinho como único resultado ao longo do caminho ora findo sem alcance por força do hábito desde os primórdios nos lagares da ira até a última gota ouvindo o som da lira tangida triste nos quatros lados da tigela.
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