Para Camões II

Data 22/02/2008 11:42:22 | Tópico: Poemas

Que quimeras brotaram em nós,
Uterinos materiais do tempo,
Estóicos vermes sem voz.

Diademas que coroam menestréis,
Aventureiros e discípulos infiéis.

Ostracismos pugentes dos demais
Cativos da chama firmada.
Insípido pretérito que esqueceu,
Deleite sonhado no eterno coma,
Estridente som do desespero.
Nudez total dos fogos de Roma,
Traída por um César que padeceu,
Assassino de tudo e de nada,
Louco pai de solfas infernais.

Perpétua lembrança
Revivida pela morte.
Audaz ensinança,
Infeliz dono da sorte,
Agoirenta esperança.

Léguas corridas pelo tolo desalento
Usurpadas por caminhos espinhosos
Secundíparas ansiosas por mais
Incensos que invocam Caronte
Talhados numa maldita fonte
Antanho uma rota de destinos finais
Nau perdida em ventos tinhosos
Adamastores sequiosos e violentos.


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