O sangue dos outros

Data 22/02/2008 12:36:26 | Tópico: Poemas -> Sociais

Os elmos tristes com as mocadas sofridas pingam fluidos.
Descansa a espada no calor das tripas alheias.
Os braços possuidos por uma raiva primitiva são deuses da guerra.
De sacão a lâmina deixa o ninho vivo e o sangue volteia no ar.
A lingua sôfrega saboreia o sabor da vitima e os braços já buscam a próxima.

Na mente do artista nada existe a não ser a beleza da Vitória.
As causas do Mal nada são em tempo de luta.
A escolha foi feita egoticamente e já nada á a fazer.
Os braços gritam mudos estraçalhando carnes desconhecidas e mornas.

Um bailado mortal acontece e as peças encaixam.
A lei do mais forte continua actual e Darwin rebola de gozo na campa.
Mais uma vez o melhor venceu e um pelourinho nasce numa praça.
Os chicotes estão em exposicão e não faltam costados.

Chegam Homens esterilizados em busca de corpos frescos.
Com arte e sem sentido os sacos pretos são fechados.
Fazem-se contas á Morte e é preciso fazer alguma coisa.
Não se pode tingir um campo de vermelho sem um motivo.

Os gigantones provam o sangue alheio e temem pelo seu.
Tal qual cão que provou carne humana a vida em sociedade torna-se um risco.
Até quando conseguirão manter as mandíbulas cerradas.
Um dia chegará em que faremos brindes com o sangue de outros.


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