TEMPESTUOSO

Data 14/12/2015 15:34:22 | Tópico: Sonetos

TEMPESTUOSO

Lá vem mais tempestade sobre mim...
Abro a janela para o vento entrar
E, às lufadas, cortina a panejar
Faz como que presságio d’algo ruim.

A chuva despencou, ao cabo e ao fim,
Apagando-me os lumes do lugar.
Em plena escuridão, vi lampejar
Sobre o que se segreda o só confim.

Ruas em rios descem já torrentes
De águas turvas, levando nas correntes
Toda sorte de objeto em fuga errante.

Relâmpagos clareiam intermitentes
A ver o oculto por fugaz instante
Aquando do voo do íbis instigante.

Betim – 02 02 1992



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=303224