Soneto a mim mesmo

Data 15/12/2015 18:20:48 | Tópico: Sonetos







... e quem sabe eu mesmo, o fake que sou
responda a mim mesmo...




Fechas-te meditabundo num mundo próprio a divagar,
tantos anos obras sem objetivos, sem ideias contidas.
Nos divertimentos te contentas em tudo achincalhar,
és azougue na vida e honra de pessoas desconhecidas.

Mas serás para sempre só a sombra das horas alheias,
tua vida jamais brilhará em luz no medo de reprovação.
Em ti ricocheteia incessante o novo, apagas candeias,
perdeste as chaves dos sentidos, o poder da novação.

Como o pardal és, que entrevendo a águia nas alturas,
continua palreando só, despreocupado dos ministérios,
como se a existência própria valesse dos impropérios

Guardas as palavras ofensivas em caiadas sepulturas,
indiferentes às ofensas todos negam o teu preceito,
orgia mental de festas pagãs onde o Bem não é aceito.






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