BARCO À DERIVA

Data 16/12/2015 11:04:19 | Tópico: Sonetos

BARCO À DERIVA

Perdidos já o leme e a vela, corro
Os olhos pelo oceano a ver o abismo
Onde aprecio em meio ao cataclismo
Das ondas no convés o forte jorro.

Vem somente um petrel em meu socorro
E pouco pôde diante do que cismo:
A tempestade, extremo paroxismo,
Por milhas à deriva e em vão percorro.

Não tenho muito tempo... Já a quilha
Deixará de sulcar às ondas altas,
Que se elevaram contra as minhas faltas.

Castigo ou não, resta a maravilha
De saber quanto pode o mar ou a sorte
Ao me levar, contudo, até a morte.

Betim - 15 12 2015


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=303289