In-temporal
Data 22/12/2015 02:34:26 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| O tempo do poeta não é o mesmo dos comuns mortais O poeta conduz emoções à boca e ponta dos dedos Em menos tempo do que esfrega o olho satanás Vive cada segundo mergulhando num mar de letras Não como se fossem as ultimas mas a introdução Para um resto de vida que pode até acabar amanhã Mas que vive sempre procurando um final feliz E uma história por pequena que seja Pouco importa Desde que seja bem preenchida Anseia até nunca começar se for para mal acabar Ou nunca ansiar se for para não começar Mas o maior problema do tempo do poeta É a ausência das letras, das silabas, das palavras, do texto Aí o poeta ressaca feio e pode até desfalecer sem freio Colocando emoção onde não era suposto E retirando encanto ao que lhe daria gosto O poeta não tem relógio, não mede o tempo, Conduz-se ao sabor do vento Ao odor do pressentimento Tateando cores rosa purpura Que lhe cantem ao ouvido melodias sentidas [Daquelas que apenas para o poeta fazem sentido] Porque este é capaz de alcançar ver para lá do escrito E não suporta que lhe troquem o não dito pelo dito
Ilia Mar
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