
Espreitadelas
Data 23/12/2015 18:53:33 | Tópico: Prosas Poéticas
| Fui no tempo pintando teus relevos no vento Escrutinei os céus em busca dos beijos filtrados pelas nuvens onde sequencialmente nos albergamos satisfeitos Fui no tempo nutrir-me de vida protagonizar outros segredos deixados amarrotados em lençóis despojados de memórias Fui decretar aos sentidos que sem malícias um dia nos extasiamos quebrando todas as demências Domesticámos as esperas despimos as saudades ressuscitámos o silêncio onde exprimimos actos consentidos de amor habitando as manhãs transitórias amadurecidas de euforia Um dia nossos seres deixarão esculpidos com elegância inconfundível os ecos deste amor para gáudio dos empaturrados desejos em plena simetria Fui e não mais voltei deixei outras ausências estampadas na indigência dos tempos Simplesmente faleci neste vagar dos ventos onde proscrito me entrego peremptório e homologado espreitando-te súbtil na extravagância desse gingar quando por mim tão alegre e graciosa serpenteias FC
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