Projécteis asnáticos ricocheteiam nos meus olhos Cansados de tactear na escuridão das palavras, feitas balas No alto da quinta, onde cabe o céu e a paz.
Balas se rompem do chão ocupado pelos beligerantes, A tranquilidade foge pela janela do desentendimento Transformado em uma base dos guerreiros do vento.
A inquietação e afronta tomaram conta do reino, Guerreiros não se importam, ou são inócuos a verdade Que se busca com armas letradas, no coração dos homens.
No dorso do sol adormecido, busco as rédeas da paz Nas faces enrugadas dos homens, cansados de aprumar A fúria dos guerreiros, que lutam contra tudo e contra nada.
Parto e deixo minhas sementes brotarem na casa das sombras, E se um dia voltar, colherei frutos resistentes ao calo d'ódio, Que alguém assentou nas terras molhadas do meu sonhar.
Se tal não acontecer, esperarei por ti nas curvas do tempo, Longe destas guerras desnecessárias e insignificantes, Que assolam meu lar na hora d’assentar lágrimas da minh’alma.