Cárcere

Data 05/01/2016 20:13:19 | Tópico: Poemas

Sinto-me preso a uma estranha inquietação
que marca no silêncio um compasso lento e mortal,
horas frias a que chamo, cansaço e solidão,
herdadas dos Poetas deste chão de Portugal.

Espirais de assombro, tuneis negros
adentram repentinamente aos olhos meus
e palavras tocam no meu corpo como beijos
na procura incessante de um adeus.

Senhor que ser Poeta é meu cárcere,
meu chão, minha tábua, meu punhal,
meu prato de ansiedade nas mesas de Ninguém
servido de amargura, pó e cinza, dor e sal ...


Ricardo Maria Louro


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