Existência

Data 09/01/2016 01:13:44 | Tópico: Poemas

Novamente, a sensação de que só caibo
nas caixas que me foram estabelecidas.

A agonia dos limites sufoca-me
e sinto que todo grito será inútil,
pois não se escuta os inexistentes.

Entre a sujidade do vidro da janela
vejo que os barcos na Enseada estão parados.
Seus destinos foram-lhes subtraídos.
Aguardam, talvez, o vento norte.
Talvez, um bafejo da sorte.

Bibiana chora a fuga dos sonhos
e um Sax perdido na noite
embala a sua sombra frágil.

Daqui, ouço suas lágrimas pesadas.
Invejo-a.
Deve ser bom, ainda sentir.




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