Alguma coisa azul

Data 23/02/2008 22:06:43 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

Alguma coisa azul
e o sul do Sol a mergulhar vagaroso a Poente.
Alguma coisa tenra, crua e branda,
lasciva ebúrnea d’epiderme ardente.

Algum poema assim,
esculpido em nós de carnalidade perpetuamente terna.
E nós.

[Além, um corpo estirado esguio, vitelino,
deposto no leito preguiçoso d’ incerteza.
E outro
ausente!]

Tombo agora calmamente por dentro dum tempo
que se esmola livre à vereda reprimida p’lo próprio tempo e sou,
e somos,
vertente abrupta, lírica líquida de sopro,
fuligem láctea inopinada p’lo vento.

Alguma coisa azul,
uma pintura pastel, uma escultura d’(en)talhes,
pérolas pálidas,
(e mágoas)
retidas em planos decepados ao sentimento.



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