Vivendo & Escrevendo - o epilogo

Data 18/01/2016 20:23:15 | Tópico: Textos

AMANHECI RUIM E VOMITANDO. bebi cervejas por três dias, acabou afetando o meu estômago. A grande surpresa foi a visita de meu irmão Tio Wili domingo pela manhã, com uma mosca acentuada no queixo e sempre bem humorado. Recebi o dinheiro de Mr. Gugu e um adiantamento da Senhora da Rua 22. Aos frangalhos vou a compra outra vez. Estou a meio-caminho do Deposito da Ferronorte, na orla do lago do Bacanga, sento-me para descansar um pouco, depois de uma caminhada de quase dois quilometro. Um mal-estar fazia meses que não me sentia assim - boca amarga, uma moleza dos diabos - caramba, a pessoa não ter firmeza nos seus atos é péssimo, nesses três dias gastei uns setenta reais. Idiota que sou deixo-me levar por coisas supérfluas e nocivas a minha saúde. Ora, ora, ora - podia estar tranquilo com um bom troco no bolso comendo do bom e do melhor. E agora estou aqui com os bofes saindo pela boca., lamentando-se sobre o leite derramado.
Descansando na paz celestial della Chiesa del Carmo. Meses que não entrava aqui para rezar e meditar, olho para o teto branco e lato e penso na grandiosidade dos afrescos da Capela Sistina da Basilica de San Pietro no Vaticano. A barriga ronca de fome. Agradeço a todos os deuses, seja Cristão, Judeu, Hindu ou Muçulmano por ter-me dado essa oportunidade para viver e retornar a trilha do meu trabalho. Gostos do clima tranquilo das igrejas oferecem. Paz. O murmuro do trafego, dos gritos que ecoam perdidamente, os ecos dos bem-te-vis.
Como um ávido aluno louco para aprender tudo que concerne a matéria, embrenho-me em dois livros que apanhei na Biblioteca Itinerante "Memória do Cárceres" do grande escritor alagoano Graciliano Ramos e "Mao - A Historia Desconhecida" de Jon Halliday e Jung Chung sobre a vida do líder chinês que matou milhões de seus compatriotas de fome. No Poeme-se, depois de comprar os ferros e sobrar um troquinho, adquiri "O Eterno Marido" do mestre de Petersburgo e "Confesso que Vivi" do grande poeta chileno Pablo Neruda.'

Vila Embratel.2014





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