Tempo de afectos
Data 18/01/2016 22:14:35 | Tópico: Poemas -> Amor
| Despeço-me dos afectos que se enrolam no tempo turvando o olhar que divaga em ondas insufladas de esperança chicoteadas com tanta fragilidade Contento-me em atar os meus destinos ao final de uma eternidade que nos acena no indigente dia que morre quase felino Aceito cada gomo de solidão como quem destranca todas as portas deixadas entreabertas no limiar genuíno de cada beijo trajado no anonimato de todos os ecos costurados em sofreguidão Na elegia deste adeus me afasto na escuridão ou na meiguice do teu perfil onde apréguo mais que os silêncios a tua essência matreira prenhe de emoções quotidianas moldando-nos a todas as homenagens validadas no tempo que urge tácito neste Outono perene e tão pálido Vou deixar por instantes que adormeças todos os meus céus algemando a luz como troféu pousar em todas as minhas luas amadurecer todas as minhas ternuras como a fé que se propaga marginal entre a baínha de tempo e as paisagens que afloram nos ventos e rituais de eterna formosura Vou ficar quieto até sossegar a alma que se gera em cada excêntrica hora de aventura Vou confiar na imaginação que cruza cada inolvidável dimensão do tempo Alimentar-me de cada átomo quântico que decifra meu vocabulário dançarino orbitando na magnitude de um beijo matutino onde em acordes de amor deixo que todo este cosmos longínquo me transforme num poema afagado em clamor derradeiro…infinito FC
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