Soneto das letárgicas messes - "Lethargicus messis"

Data 20/01/2016 23:27:35 | Tópico: Sonetos




Ah! Que de tudo o que pode ver não ouse. Presuma,
nem das orações de valias que sejam recriminações;
pois não creio na validade flutuante, sequer na suma,
dessas palavras como círios devotos rogando benções.

Ao respirar azoto como ar puro, aqui nenhum’ agonia,
nenhum pecado... [mesmo nenhuma vergonha] amedronta .
Se teme o sangue conspurcando a grinalda na porfia,
então cale-se. Oh! Não clame nas escumas por afronta.

Enquanto [lá fora] em que pese a vontade verte a bruma,
sobre modos [antes] cuidados, ora sem elegânci’ alguma,
golpeia frio ferro o malho onde existia delicada pluma.

Na estirpe fusa desses meios tons às musas não chame,
enquanto minutos não se tornam horas sequer exclame,
desperte de tão letárgicas messes que de resto infame.







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