"...vermelho-sangue, verde-oliva, azul celestial..."
verso de zeca baleiro, na música boi de haxixe
sonhos alheios incomodam-me o fracasso por isso saio a recolher insônias caminho entre bêbados e mendigos longas conversas com vigias noturnos
demoro-me nos bares de beira de estrada paraísos líquidos em copos de plástico
assisto o desespero das mães de família atrás de seus filhos perdidos pra sempre no país das maravilhas as que gritam os nomes de seus ciganos com três meses de validade
as que caem de cansaço as que voltam para casa mães de deus
decoro os diálogos e os recito, aplaudindo de pé
ganho a noite em jogos e intrigas daqueles que encontram a morte sem zoada num zás de faca que fura a camisa do time vermelho-sangue, verde-oliva, azul celestial
dentro em mim, a única certeza é a insônia.
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