pássaro bravo

Data 25/01/2016 21:33:19 | Tópico: Poemas

Ver-te. Tocar-te.
Nem isso me é permitido
Já não percebo se é teu o rosto que vejo
ou o meu no chão anónimo do poema
onde te proclamo só meu e chamo
chamo, e chamo sem razão.
E a sombra em que te tornas
é tão sombria que tece
em mim uma noite escura
neste desejo sem dono.
tu, pássaro bravo
que de vez em quando pousas
na minha tempestade
feita de gritos e ais.
És a fome que não passa
onde tarde me enterneço
Ver-te.Tocar-te
Já não ouso, não mereço.




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