Confissões
Data 31/01/2016 14:48:33 | Tópico: Prosas Poéticas
| Do tempo quero somente que me despojes deste corpo que te invade Ser o esteio numa promessa que não se cumpre soprando nos dias teu palato com gosto de sonho sonhando devagarinho insuflado de paixão ao colo do teu leito marinho Do tempo restam só palavras meigas passarinhando nos teus silêncios em burburinho sem te escamotear os medos atrelados nos ventos felizes que em ti esquadrinho Restam somente uma resma de versos degladiando-se entre a leda madrugada que em ti toda se satura e a hora vadiando no pelourinho de uma fresca brisa dissolvendo-se no húmus da Terra nutrida, insólita em oferendas de amor tão implícitas Restam minhas confissões sustidas em prantos que já lá vão embaralhando o naipe de palavras onde me alimento desvairado de quase nada ou de tudo que deixo escrito na luminescência dos dias correndo pra nós entrincheirado Restam sonoridades pautadas na caligrafia do tempo acariciando cada letra despertando na plenitude dos ventos chamando à vida todas as aguarelas colorindo esta poesia toda ela de ti se empanturrando FC
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