
QUANDO O SILÊNCIO ECOA
Data 03/02/2016 22:50:07 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| QUANDO O SILÊNCIO ECOA
Se um dia eu gritar no deserto Ou lançar as minhas dúvidas no vazio Será que vou ter respostas E o estrépito de minhas asas vão ecoar? Não quero perder-me em dissertações inócuas Tampouco corromper parte de mim Em elucubrações sobre a inércia do inútil A este subterfúgio não irei me atrelar
Que minha alma não se sinta constrangida Tentando obliterar o que vivenciei Sou arquétipo do inevitável ou do relativo Sou arpão que fere o caule ou o totem Tento dissecar as razões do tempo Com frases frívolas ou improfícuas Que o cinismo deste verbo seja causticante Mas que traga palavras que me calem Do outro lado do aço do espelho Esconde-se um mundo encantado Onde posso voejar no luzir De um fogo que não queima apenas fere É volátil o fonema que eu soletro O meu erro é crasso é fino escracho "Vosmecê" há de entender que sou um leigo Perdoe o homem, antes que a causa o vitupere Se eu quebrar o espelho perco o meu mundo Se me ponho a gritar estilhaçarei cristais Guardarei as dúvidas, aprisionarei o vazio Um iconoclasta a ser domado, sou eu Minhas asas são versos rimando com lágrimas Sou estátua líquida apenas sangue e sal O meu ego é só silencio enquanto flutuo E o eco do meu signo em luz se converteu.
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