
O MAR QUE EU SONHEI
Data 05/02/2016 16:28:21 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| O MAR QUE EU SONHEI
As patas ferozes de um corcel negro Cavalgado por uma sensual sereia Feriram as rasas águas Que deitavam lânguidas na areia
Espalhando sonhos ao vento De um menino impetuoso Que sentado à beira da vida Desfolhava os seus lindos sentimentos
Cada golpe potente era uma ferida Profunda, na linha do nada Enquanto o mar impassível espumava Meus desgostos na noite fria e enluarada E eu menino ingênuo a sonhar Perdido na beleza e imensidade viva Da liquida e voraz tenacidade Deste eriçado e indômito mar
A eternidade em forma de fênix Era o mistério que pairava sobre as águas O silêncio que caminhava à meia noite Cantava a canção composta pelas mágoas O luar que despencava do infinito que eu via Era o branco e imaculado véu Que banhava de claridade os espectros E definia as cores da melancolia E eu menino imprudente A molhar os pés no sal dos sonhos Com as calças levantadas aos joelhos Deixei na alva rastros descalços e tristonhos E o ginete encantado e noturno Em seu dorso a sereia dourada e bela Riscaram o céu na velocidade da luz E se perderam na abóbada do soturno
Poderia chorar se quisesse, mas eu não quis Sonhar que o oceano era minha morada Que este cavalo negro seria o meu veleiro E a sereia sedutora era minha terna amada.
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