Para Camões V

Data 25/02/2008 01:18:00 | Tópico: Poemas

Esgrimindo o porvir com sapiência
Mutilado pelo desdenho da consciência.

Por entre tormentas que não se esquecem
Em que soaram trompetas de glória,
Resultados da colossal força perdida.
Infindáveis atalhos do conhecer
Guardados por destreza desconhecida,
O cheiro das batalhas sem vitória,
Sofrimentos que daí desvanecem.

Embala-se a vida no cantar do ruysenhor.

Grito de revolta por desprezar amor,
Um dia esquecido pelos sentimentos,
Enfermidade aleitada no desconhecido,
Resenha dos passos que foram dados.
Resenha de um coração sofrido,
Amantes, loucos, peçonhentos,
Suicídios de almas sem valor.

Escrevem-se bárbaros testamentos,
Sequelas em pirâmides antigas,
Faraónicas, a sangue pintadas,
Orgasmos da rude história,
Resquícios em papel queimado.
Calígulas infelizes e donos do fado,
Asquerosos, de vida inglória.
Demências por mãos ceifadas,
Ostensivas palavras amigas
Seladas em cruéis julgamentos.


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