Sobre portas abertas e outros quetais...

Data 09/02/2016 04:26:17 | Tópico: Crónicas

Ah! As fantasias... Sempre fizeram parte das vidas de cada um de nós. Certo que apenas algumas adquirem o status de realizadas, enquanto que a maioria continua habitando o imaginário. Acalentando momentos conspícuos ou não, mas sempre causando frisson a cada vez que nos reportamos a elas.
E por falar em fantasias, às “ entre quatro paredes" são “ hors concours”. Apimentando relações ou satisfazendo desejos de solitários apaixonados pela própria mão, nelas vale tudo: as palavras picantes, obscenas, os gestos mais ousados num momento previamente calculado, liberação da libido em publico, transas em lugares inusitados, uso de aparelhos e por ai afora vai neste mundo cada vez mais liberal.
À procura de algo que fosse novo nesse quesito “fantasias alheias", não pensei que poderia existir algo novo, que temperasse mesmo. Algo que até então não houvesse sido fantasiado ou experimentado. Mas, achei algures, exercitada por alhures uma inusitada. Sim. Ela: a porta, ou as portas.

“ Portas, portões e portais...
portas abertas e outros quetais.
Incitando a imaginação dos poetas
até agora não dados à essas tretas...

Já pensaram na conotação quando alguém diz que vai deixar as portas abertas? Pois eu pensei. Pode ser uma porta que nunca foi aberta, ainda com o plástico da loja. Dessas portas pelas quais nunca ainda ninguém passou. Ou uma porta acostumada a deixar entrar qualquer um, já meio arregaçada e com as dobradiças tão frouxas que nem fecham mais.

“ Portas abertas são um velado convite,
a quem quiser servir-se do acepipe,
uma porta escancarada é muito chique,
dizem que por isso o Titatic foi à pique.

Mas, uma porta é uma porta e nada mais. E o dono da casa é quem decide quem entra. Não tenho nada a ver com isso.



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