Um de nós...

Data 11/02/2016 14:03:07 | Tópico: Prosas Poéticas

Encontra-me a delicada

flor

onde as pétalas sedentas

antes do tempo seu fruto

amadurecer

mergulham na solidão do dia

colorindo a vestimenta

delicada dos teus jardins onde cada

perfume saboreia

desperta, respira e alimenta


Invento a suculenta noite

onde me abrigo

das melancolias sonolentas

reflectindo o degredo onde

visito todos os silêncios

apascentando meu poema

tão inquietante e complacente


A nossa comunhão transpira

lá nos céus confidente

enfeitando o berço

destas ilusões, sem contrapartidas

Fere todo o negrume do tempo

descontente

em procissões caladas de espanto

pulsando irreverentes


O desconhecido mora

em cada ser

bordando a claridade da nossa

existência

em finas partículas de luz

boiando na noite exposta

ao luar pertinente


Imagino-te repintando

todos os silêncios fitos

antes do tempo

em cada silhueta despertando

no instinto dos teus olhos

Asfixiar todo o ar

que respiras

debruando cada margem

do teu ser com melodias

peregrinas

vadiando na fúria mirabolante

dos ventos numa comunhão

de manhãs parindo a vida quase uníssuna


À janela da nossa existência

silenciamos as inquietações

Dimensionamos as tristezas

concebidas no luto implantado

nestes versos

qual mútuo acordo

disperso em poesia fluindo

pelos atalhos da vida

quase perdida entre os passos

ensurdecedores e dissimulados

da tua imensa delicadeza

FC



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