
Se souberes, amigo
Data 13/02/2016 18:35:21 | Tópico: Poemas -> Crítica
| Diz-me tu, meu amigo, se souberes, a razão da ira deste vento norte que me sopra em dias de acalmia, se eu somente quero o sol, nas tardes cinzentas de invernia.
Quando as noites chegam cansadas, olho o céu e vejo o luar escondido, assustam-me as marés desgovernadas que parecem querer implicar comigo.
Se na verdade me disseres, amigo, por que o tempo se revolta comigo, talvez eu consiga viver em sintonia e esquecer esta provocante ventania.
Se resposta não tiveres, meu amigo, o que é natural, pois és igual a mim, que não passo de um átomo perdido nesta globalidade imensa e sem fim.
Então que venham marés e ventanias, serei sempre o mesmo louco sonhador voando pelos céus das prosas e poesias, até que o viver deixe de ser uma dor.
Inventarei o sol nos dias escurecidos, nos temporais rirei com as frias águas, ousarei fazer dos dias entristecidos, mar, que leve para longe minhas mágoas.
José Carlos Moutinho
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