Solidão II
Data 13/02/2016 22:25:44 | Tópico: Poemas -> Solidão
| Solidão II São negras memórias de brumas que me assolam os pensamentos e singram em mim destruidoras nas noites de espessa solidão!
São uivos de ventos revoltosos fustigando-me medos tenebrosos, sacudindo meu ser de angústias que me devoram em noites sem fim.
Ah, as amantes, de loucas raivas, perdulando os vis amores fúteis na ganância desesperada do desejo insatisfeito e orgasmos possessivos!
Ah, as ninfas insaciáveis em cios animalescos por linfas inférteis que emprenham os esgotos das mentes deturpadas de ciúme e enredos vários!
Que musas me inspiram agora versos, versos que são esgares dolorosos, que minhas mãos se negam débeis a erguem as pesadas penas de alma?
Que poetisas me ciciam, docilmente, hinos de amor e de beleza infindos, se feneço nas odiosas redes de ódio de mostrengas bruxas adúlteras?
Quantos versos escrevo inutilmente na insípida volúpia do desespero, e por fraca inspiração se desvanecem em líricos grasnados de bruxas sujas?
Que lamentos fertilizam as vãs dores e me decepam toda a vontade de viver, sendo apenas arabescos dos ocultos e poções trágicas, de fel e veneno?
Calai-vos, ventos! Ide ao inferno, e trazei-me chamas apocalípticas que consumam meu corpo sem valor, mas afastem de mim o frio de agonia!
Ide, brumas! Ou, então, agonizai comigo em labaredas das paixões da derrota, Devorai, também, meus senis escritos e libertem a minha alma para sempre! 13Fev2016
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