HOMÚNCULO

Data 21/02/2016 13:59:16 | Tópico: Sonetos

HOMÚNCULO

Desde que me vi tão pequeno, anseio
Pelo dia da minha redenção.
Posso viver negando um erro, ou não.
Tudo o que sei é que já estou cheio.

Às vezes quanto mais mexe, mais feio.
É melhor deixar quieto o coração.
O que há a além da dor? Consternação!
Com infindos remorsos de permeio...

Mas não importa, mesmo se morrendo.
O que contemplo é muito mais que o horrendo,
D'ora ver-me com tão pouca estatura:

Pequenino, ora caibo n'uma caixa.
Se a intenção faz a acção ‘inda mais baixa,
Meus sonhos ora estão à minha altura...

Betim - 13 03 2011


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=305826