HUMÍLIMO

Data 19/02/2016 12:52:43 | Tópico: Sonetos

HUMÍLIMO

Rio de mim, tamanho o desatino
D’eu ser ou resoluto; ou relutante.
Pareço me admirar como se diante
Das próprias misérias que rumino.

Consideraria um sol matutino,
Qualquer novidade ou algo interessante...
Porém nada me ocorre n’este instante,
Além do meu insólito destino.

Às voltas c’os cuidados de cada dia,
Ocupei-me em poetar o quotidiano
Ciente de quão só tão-só me faria.

E insisto n’esse ofício, ano após ano:
Mesmo que inapto e não raro inepto,
Busca o poeta um leitor, não um adepto.

Belo Horizonte - 20 02 2014


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