DEPRECIE O TEU PAVOR.

Data 27/02/2016 21:09:28 | Tópico: Poemas


"A sensualidade não perde o seu brilho mesmo quando protagonizada pela ossada desprovida das suas majestosas redundâncias"
MJ.

Deprecie o teu pavor,
Traga o senso da cobrança,
Te judiar não é vingança,
Mas tão somente meu legado,
Quando te vejo prostrada,
Nasce em nós dois o encanto.

Jeito estranho de se dar,
Não tem da massa o consenso,
Da forma que eu mesmo penso,
Te faz a mulher feliz,
O exótico sempre te quis,
E um dia te desnudastes,
Dos costumes corriqueiros,
De um amor costumeiro,
E ao meu abismo te jogastes.

Quando o nosso sangue jorra,
Pelas veias transgredidas,
De certa forma afligidas,
Pela sugada feroz,
O inferno que há em nós,
Se faz em palcos da vida,
E assim chegamos ao gozo,
Mesmo assustando ao povo,
Que em nosso ser se abismam.

Somos a seiva da vida,
Num cenário cadavérico,
Mas vemos nossas feridas,
Com outro padrão estético,
No horror temos prazer,
É nosso jeito de ser,
Somos frações deste universo.


Enviado por Miguel Jacó em 27/02/2016
Reeditado em 27/02/2016
Código do texto: T5557215
Classificação de conteúdo: seguro

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