SIMULACRO

Data 29/02/2016 01:30:30 | Tópico: Sonetos

SIMULACRO

De catrâmbias, observo a efígie opaca
Com seus olhos vazios a olhar além
E através das pessoas, qual convém
À divindade ateia em moeda ou placa.

Lembra mulheres frias de ressaca
Aquela que à República mantém
Sua face impassível como quem
É capaz de romper outrem à faca.

Entrementes, o seu barrete frígio
Continua operar sempre o prodígio
De levantar as massas da cidade.

Esse ser que não é, que agora observo,
Dizem enfeitiçar o escravo e o servo
Como se o próprio olhar da Liberdade!

Betim – 28 02 2016




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