Balada das palavras do homem morto
Data 05/03/2016 17:52:37 | Tópico: Poemas
| ”... Mas rogo, não se abatas se a vês exaurida, a vida se foi e todos os ledos momentos...” ----------------------------------------
- Balada das palavras do homem morto-
Jamais te esqueças de que foste a divindade, e meu peito ora enxague era o teu santuário. Quando das nossas vidas alguma felicidade, às vezes, aguda sirene bruta de acre fadário roubava as cores, rompia o elo harmonioso, eras a paleta das mais doces cores amenas, que nos libertava do cativeiro desastroso servindo um copo de venturas tão plenas.
Ora vejo a magia de outrora inacessível, esquecida no final do arco-íris embaçado, logo as asas negras de um anjo intangível encontra-me-ão sobre a mesa debruçado. Apontando as nuvens no final do caminho, vai me levar para longe, além da ventura; por ti que queimou o peito em torvelinho, mas o limite deste amor será a sepultura.
Ouças as palavras de um homem morto; ainda trago uma aliança nas mãos frias, esta é a voz do sofrimento todo absorto, pode soar como temível som de profecias. Mas rogo, não te abatas se a vês exaurida, a vida se foi e todos os ledos momentos, hoje a incorruptibilidade da luz foi vencida pela eterna vigília dos tantos sofrimentos.
Talvez em teu julgamento sejas implacável, mas ouças as palavras no caminho da herdade, talvez o castigo seja por este ato abominável, jamais transcender... nem atingir a imortalidade.
05032016 -------------------------------------------------------------- ©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
Poema classificado em 1º lugar em evento do site Casa dos Poetas e da Poesia, em 04.05.2013
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