NA FERVURA DA EMOÇÃO.

Data 09/03/2016 13:15:58 | Tópico: Prosas Poéticas



Na fervura da emoção eu jurei que fosse amor
Acelerou o meu coração senti o perfume de uma flor,
E quando olhei para os teus seios ali naquele entre meios
Eu vi a coisa mais linda às duas partes unidas
Elas que alimentam a vida, e ostenta bel formosura,
Pensei como minha solidão esta ganhou o meu coração
Faz parte da minha vida, mas quando me aproximei
E quis tocar tua mão de súbito me veio um não
Sem delongas nem rodeios, me dissestes já em prantos
Me dominam teus encantos, mas não posso te aceitar
Já sou fruto de um fato que detém o meu recato
E a isto não posso arruinar.
Descompensada da vida chegastes ao meu terreiro
E mesmo sem trazer dinheiro me fostes facho de luz
Compreendi que a tua cruz sinalizava um caminho,
Tomamos um trago de vinho que nem era de primeira
Te indaguei sobre as origens de uma mulher judiada
Com a pele maltratada, mas a alma luminosa,
Pois gozavas de uma prosa que me deixou encantado,
Sem me fazer tais rodeios me fostes muito dileta,
Dizendo não tenho estirpe não uso roupas de grife,
Não sou patrona de festas, nasci em uma fazenda,
Com sede em pau a pique fazíamos os piqueniques
Debaixo da quaresmeira, sentados numa esteira,
Tecida em palhas de banana, mas a piedade humana
Sempre nos vinha de primeira, dando socorro aos famintos
Que de maneira sucinta vinham ao nosso terreiro,
Com este depoimento considerei um sacramento
Para vivermos a vida inteira.


Enviado por Miguel Jacó em 09/03/2016
Código do texto: T5568371
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