 
  
    	E depois...o adeus
    	Data 09/03/2016 21:19:11 | Tópico: Prosas Poéticas
 
  |  E depois escrevi estes versos
  no sossego de um dia
  murchando devagarinho
  reconciliado num adeus,
  até depois… tão órfão e peregrino
 
  Foi num espaço decretado
  de tempo
  que pavimentamos o soalho
  da vida
  repleto de sedução
  caminhando pelas ruelas
  da saudade quase desbotada
  implorando urgente
  uma singela obra de manutenção
 
  E depois…o adeus
  despedindo-se dentro de nós
  ao desencontro do nada que resta
  indiferente à perpétua hora
  morrendo devagarinho num recanto
  qualquer perdido na fresta
  ou no silêncio dos teus prantos
 
  E depois…o adeus
  abandonando-me de vez
  melindrado
  vulnerável
  formal
  deixando na plataforma deste versos
  o som do canto aflito
  demorando na despedida
  o aperto comovido do adeus
  na hora da partida
 
  E depois…o adeus
  partindo pra lugar nenhum
  demorando a presença do teu ser
  esquecido
  encontrar o nosso remetente
  amenizando as cicatrizes
  umbilicalmente abraçadas a estes versos
  que deixamos amortecidos
  na matriz do tempo
  algoz e sem outra directriz
 
  Será apenas só mais fácil
  sonhar-te cada noite
  imaginar pra lá de um
  sumido sonho
  o reencontro da vida fecundada
  na antecipação de uma lágrima
  alimentando cada ciclo de um adeus
  onde me aventurei como passageiro
  desta saciada existência madrugando
  na chama das lembranças eternamente 
  camufladas
  onde me fiz teu fiel hospedeiro
  FC
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