Para Camões VI
Data 26/02/2008 17:06:57 | Tópico: Poemas
| Mercadores de conchas e almas vazias Agiotas exploradores do acaso, Insurrectos meliantes das melanias, Sabujos sustentados no gozo. Delicadeza de uma pele feminina, Ornato nos olhos de uma menina. Quengas de dias desditosos Usadas por meio dinheiro, Enturvadas aias de damas. Pabulões de fala oxálida Roídos por cachaça plebeia, Olentes vasos cor púrpura Melados nas lendas dos avós Enumeradas por olhares sós, Tristeza da galra pura Incendiada no calor da veia A assediar a própria vida. Asnáticos ares de donzela. Fúlvidas pedras febris, Ordinárias imitações da mente, Relíquias do que fora Homem Cantado pela nação valente, Aclamado nos silêncios vis. Hipócrita de pensar deífico, Ultrajante adágio de raça, Mênstruo das mãos criadoras, Antro de ideias profanadoras Nascido de uma vida devassa, Amparo de um mundo horrífico.
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