'...que o dia mata nascendo.'

Data 17/03/2016 11:10:02 | Tópico: Poemas

Se jurares
não te apaixonar por mim
farei de ti
o meu sopro místico
ascendente lírico
de todos os poemas
que sagrarei carícias
e libertarei voláteis
no turíbulo das minhas mãos.

Jura.

Arderei inútil,
se não escrevo o que me queima em ti.
Arderei infértil.

Mas jura que as palavras serão apenas
perfume entre nós.

E se eu, em transe onírico, te disser:
“amo-te”
como quem escreve um longo poema
em arabescos de nada...
cobre-me com o teu corpo
como quem apaga um círio ardendo
ao estertor da madrugada

que o dia mata, nascendo.



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