PÊNDULO

Data 17/03/2016 14:47:58 | Tópico: Sonetos

PÊNDULO

Com que compararei o homem, senão
A um corpo que, suspenso por um fio,
Oscila -- indo-e-vindo -- sob sombrio
Tatibitate d’um só coração?

A trajetória, não mais que emoção,
Que leva do mais calmo ao mais bravio.
Zunindo a sibilar; outro assovio
Urge antes que o silêncio seja. Ou não...

Pois d’este balançar repetitivo
Compreende-se, portanto, que estar vivo,
Não é o que evolui, sim o que alterna.

Entre extremos, descreve seu amplo arco;
A ponto d’eu não ver se real abarco
A dor que me entretém e me consterna.

Betim - 05 09 2014


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