
Santuário dos silêncios
Data 01/04/2016 21:18:10 | Tópico: Prosas Poéticas
| Regenera-se cada noite que despes no santuário dos meus silêncios injectando-me nas veias os sonhos alastrando pela imortalidade do tempo num eco em uníssono descrevendo a brandura dos teus beijos onde lacro minha vida brotando a cada Outono Choveu no quintal das minhas impaciências molhando o véu tímido da vida onde escancaro um verso fabricado com tua anuência clareando a torrente de luz onde desabrocha toda a lavoura semeada no santuário dos meus silêncios Sôfrego sacio-me na voragem do tempo descalçando cada pedra encaixada na esquina dos ventos onde à varanda te espero cobrindo-te com o edredom dos meus afagos Deixarei ali sitiada as condolências enterradas neste poema cruel tamborilando na lápide da vida que regurgita encharcada de benevolência Aprontarei os caminhos traçados nos labirintos da noite que feneçe desalmada expelindo todas as palavras unidas na trincheira poética onde adocico cada silêncio travesso numa sintonia de gargalhadas deliciosamente consumadas Encerrei este poema quando morri na hipotermia dos dias frios mirando toda a existência esperando pela luz repatriada na elasticidade do tempo fatal onde ratificamos este tratado de amor madrugando em cada lei ou decreto esculpido em nós assim tão brutal FC
|
|