Balada da consolação na boca do inferno

Data 09/04/2016 18:09:18 | Tópico: Poemas -> Sombrios




Bem aventurados os que a existência têm destinado,
ao largo das nímias seitas eivadas do enodado senhor,
malditas da subsistência do poder paralelo infectado,
nos discursos presentes na boca, de Lúcifer o penhor.
Corações repugnantes dos pobres vergados à magia,
vencidas as forças alvas de um Bem tão encalistrado,
o raio criativo das chamas celestes de sorte se inibia,
no adro de pedra ao sangue dos sacrifícios banhado.

E legarão a herança maldita ao herdeiro obediente,
nas bocas centelhas de se oporem jamais medrarão;
pois muitos boçais almejam receber tal vil presente,
à alma incorporando da leniência o estigma pagão.
Creia piamente que será inútil tecer tal arrazoado,
deserto das centelhas de uma paixão mais nobre,
cumprirão acordes ao final o destino amaldiçoado
de habitar as lapas, pendor que a terra não cobre,

Ah! os tolos chorarão no arrependimento tardio,
vendo-se incapazes de se arredarem das cercanias,
caindo para os recessos em chamas em desvario,
dar-se-ão então conta da veracidade das profecias,
lamentando-se terem cedido a profanos impulsos
mesmo que lhes adornem a boca do óbolo usual,
sem entranhas terão os coração sacados avulsos,
depois de advinda ao fim mais cinza a morte fatal.

Serão as vitimas do regalo de Satã, o rei homiziado,
apagando da mente qualquer ventura do passado;
caso uma faísca em alguém a lembrança desperte,
será no fogo da boca do inferno despertar solerte







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