DEMORADAMENTE, AO SOL

Data 17/04/2016 14:54:12 | Tópico: Poemas

Se eu soubesse como
traria o sol para enxugar o céu molhado
e encher de luz a primavera entristecida.
Se eu soubesse como
colheria pela raiz flores proibidas da Babilónia
para tas plantar em canteiros originais
e rarefazer de aromas perfumados o teu jardim.
Se eu soubesse como
pousaria o meu olhar no teu
e beberia do teu sorriso até me embriagar de encantamento!
Se eu soubesse como
adormeceria no teu colo
e só na maciez da tua pele despertaria
ao pulsar acelerado dos corações…
Se eu soubesse como
beijaria os teus lábios meigos, demoradamente
em silêncio, sem pressa e sem tempo
como se num deserto calmo, ao vento distante
de areias pousadas e quietas no chão
e um oásis a servir-nos em fonte franca o doce da nascente.
Se eu soubesse como
dir-te-ia deste meu delírio…
sentido e bom, solto do peito e das mãos.

João Luís Dias


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