
Vens
Data 19/04/2016 15:52:50 | Tópico: Poemas
| sem eu bem saber de onde traído pelo teu hálito à minha nuca o meu corpo aquecendo ao contacto longo do teu (a por-me louca)
um ponto de prazer entumecido invasor enaltecido pela dança do meu corpo contra o teu (quase fogo)
e queres e voltas-me perseguindo a rotação do fulcro prometido e o beijo com que esmagas minha boca (sabe a pouco)
as mãos que queimam as roupas rasgam vias os olhos entrechocam-se (e tu guias-me)
o impulso forte e convexo abrindo caminho ao sexo (humedecido)
sei_os íntimos sinais os gemidos a voz rouca exigindo (mais e mais) e a tua língua indutora levando-me a longitudes abissais
finos almíscares e falo doce (meu amor) minha língua ao teu render quase vindo em aljôfares...
dobras-me como flor breve morrendo nos teus braços segues-me o vento inocente (voo devasso) e quando pousas és beijo de horizonte e o sul que em mim ousas é espiral em crescendo
barco tempestivo subindo e descendo em ventre de mulher procelas de mel desflorada pele (tenso arder)
e eu em vagas subindo e tu em mim naufragando
e tu em mim investindo e eu, tão louca, gritando:
vive-me até que o poema nasça da morte pequena de nós dois
(e depois...) a longitude das vagas nos espasmos percorrendo corpo e alma verso em ritmado delírio que fundi com teu sémen escorrendo adocicado a flor de nácar onde sugas chão sagrado prazer fundo:
e somos, só tu e eu - o Amor (todo) do mundo...
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