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    	Data 26/04/2016 21:03:35 | Tópico: Textos
 
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  LV
 
  As seis e  quarenta de sábado no primeiro dia de março de 2014 - A grande nave levantou ferro rumo ao porto da Ferronorte no bairro da Areinha. Uma caminhada salutar debaixo de um chuvisco e o velho sonho de encontrar um saco,uma sacola recheada de dinheiro,produto de algum roubo malfeito. A comporta da barragem estava aberta e as aguas jorravam como uma grande cachoeira entre as pedras por baixo dela. Estou cansado. Entreguei a grade de Dona Francisca e recebi o dinheiro no bar dela  na lateral do mercado. O papudinhos,meus parceiros de copo e garrafa já estavam meio-altos na Praça do Bacurizeiro. Foi Mano Brown, o serigrafista que carregou a grade no ombro da oficina até a residência dela por trás da Igreja Católica, na primeira travessa da Avenida do Piancó.
  Começo da noite    Antenor ouve da irmã e o escreve em braille. O céu fechado ameaçando cair um temporal. Enchi a cara, almocei um empanado de frango.Ainda estou um pouco grodeado, tento-me controlar. A musica brega vindo do quarto do casal.
 
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