Radiografias do Destino

Data 01/05/2016 16:23:55 | Tópico: Sonetos

Radiografias do Destino


Intrépido, tomei a resolução,

De emancipar-me das agruras do passado;

Porém tantas encontrei por todo o lado,

Que logo desisti da nobre acção;



Com a mesma intrepidez e devoção,

Venturas idas, busquei atarefado;

Mas também aqui o duro Fado,

Só me quis dar dor e provação;



Resolvi virar-me então para o futuro,

E descobrir qual vidente prematuro,

As delícias lá guardadas para mim;



Tive, porém, de recuar horrorizado,

Pois igualmente como no meu passado,

Só encontrei mágoas grandes e sem fim!







BREVE EXPLICAÇÃO DO POEMA
O tenta esquecer o passado, as agruras do passado. Esforça-se por isso, mas… tarefa inútil! São as agruras que lá encontra em tão grande número, que ele desiste da tarefa. “…Porém tantas encontrei por todo o lado…” . Então o , como que para vingar-se, deixa de procurar as infelicidades e vira-se para as glórias, para as venturas do seu passado. Resultado? Não encontrou as alegrias, as venturas que procurava mas sim apenas dissabores e infelicidades… “…Mas também aqui o duro Fado, // Só me quis dar dor e provação…”. Então o vira-se para o futuro na esperança de lá encontrar alguma felicidade, alguma ventura à sua espera. Mas… também desta vez só agruras, só dissabores, só infelicidades “…Tive de recuar horrorizado…”

Este poema é pessimista. Mas fugirá muito da realidade? Não será a vida uma constante procura de alguma coisa boa que nunca se encontra?






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